O pior passado que nos pode acompanhar é o passado do não dito. Os momentos em que poderíamos ter-nos revelado e não o fizemos aparecem-nos no presente e em todos os futuros presentes. O remorso de não termos dito o que realmente deveríamos ter dito destrói-nos momento a momento. A destruição de nós não é dolorosa, é imperceptível. O que nos preenche vai sendo sugado para não sei onde… esvaziamo-nos gradualmente sem darmos conta. Fazemo-nos desaparecer agarrados a um momento que já não é momento. Aprisionamo-nos num paradoxo temporal sem retorno. Perdemo-nos de nós… e nada há a fazer.
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8 comentários:
Porque é que isso me faz tanto sentido?
Claro que é assim mas tb há outros momentos, outros começos... o que darão? porque não o infinito?
Diz-se e com toda a factualidade. Eu chamo-lhe o passado dos "e se...?", aquele que corrói devagarinho. Mas a verdade é que todos os passados são tormentos quando não conseguimos largá-los. Há cada vez mais que viver o momento, sem amarras a passado ou futuro.
Expresso do Oriente
O tempo...
o tempo, que, para mim sempre foi um dos "busílis". De facto, muitos desencontros são isso mesmo des-sincronizações...Também podem ser de palavras!
:)
É preciso exercitar o desapego, inclusive do passado! Eu tento, mas nem sempre consigo...
Abs.
PS. Virei fã do blog.
Obrigada pelo post no meu blog.
Escolhi este seu texto porque, por outras palavras, vai de encontro às minhas "sem palavras" de 19/08/08.
Quanto ao facto de o Amor acontecer em nós...talvez seja utopia...mas, vale a pena sonhar.
Blog fabuloso este seu :)
Pode ser que seja...mas para mim o pior passado é aquele que se imiscui no presente. O passado do «não dito» é muito frequentemente o presente do «não faço».
Sei do que falas. Mas aprendi à minha custa a passagem do momento. A partir daí deixaram de haver esses fiapos no meu presente. Digo-os. Embora pareça louca.
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