quinta-feira, 28 de agosto de 2008

De senectute

Dois velhos na rua. Ela caminha normalmente e ele, agarrado a uma bengala, caminha com dificuldade. Ela acelera. Deixa-o para trás. Olha para ele, qual adolescente a fazer aquele sorriso maroto de quem vive o primeiro amor: “Não me apanhas!”

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

O noivo cadáver


Foto: Bo Bor, Reuters

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Diz que...

O pior passado que nos pode acompanhar é o passado do não dito. Os momentos em que poderíamos ter-nos revelado e não o fizemos aparecem-nos no presente e em todos os futuros presentes. O remorso de não termos dito o que realmente deveríamos ter dito destrói-nos momento a momento. A destruição de nós não é dolorosa, é imperceptível. O que nos preenche vai sendo sugado para não sei onde… esvaziamo-nos gradualmente sem darmos conta. Fazemo-nos desaparecer agarrados a um momento que já não é momento. Aprisionamo-nos num paradoxo temporal sem retorno. Perdemo-nos de nós… e nada há a fazer.

domingo, 24 de agosto de 2008

Amor em tempos de tensões geo-estratégicas

Era tão bom que um beijo relegasse para segundo plano as máquinas pesadas de artilharia...

Foto: Konstantin Chernichkin, Reuters (Parada militar na Ucrânia)

sábado, 23 de agosto de 2008

O bom, o mau e o vilão da semana

O Bom
O Mau
O Vilão

Fotos: Maisfutebol, El Mundo e AP

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Espaço físico vs. o não-espaço

De repente aquela cozinha a cair aos bocados, cheia de gordura, de caruncho e onde matronas mijavam em festas exóticas foi transportada para uma outra dimensão: a do sonho e de todas as possibilidades que ele nos dá. Quase sempre boas e sempre a darem a sensação de que são reais. A enganarem-nos... As malandras das possibilidades dos sonhos.

domingo, 17 de agosto de 2008

Ainda sobre o facto de o óleo Vêgê fritar durante 21 horas

O tempo é mais persistente que o óleo Vêgê (o Dalì é que sabia). Eles bem se esforçaram, bem tentaram e aquilo não aguentou mais que 21 horas. Já o tempo, esse sacana, teve todo o tempo do mundo para aperfeiçoar o método da fritura. Ele frita aos poucos, sem que os objectos/sujeitos a fritar se apercebam do facto de estarem a ser fritos. O tempo, esse sacana, consegue fritar eternamente.