domingo, 8 de julho de 2007

Retratos de uma cidade impossível de retratar

- E é nessas alturas que é necessário acontecer o insólito para descentrarmos a nossa atenção de nós próprios e interagirmos com o mundo…

- Concordo perfeitamente… Ainda ontem assisti a um episódio insólito que teve o efeito que descreveste há pouco. Queres que te conte? Então foi assim… Ia pela rua quando me deparei com um músico… Só que o músico não tocava e cantava horrivelmente mas era, sem dúvida nenhuma, um músico. Tinha um microfone de madeira e, em vez de guitarra, usava uma simples tábua minimalista e, apesar de não haver cordas para fazer acordes, o músico parecia estar mesmo a fazer uma qualquer espécie de alquimia. Cantava com a voz esfarrapada, exprimindo o corpo como se fosse uma pop star. Não tem piada? Não era a isto que te referias?

in Café por Acaso

5 comentários:

Gasolina disse...

Já não tenho tanta certeza que na cidade o insólito nos desvie o olhar do chão...caminhamos apressados e se algo incomum nos aparece, nos barra o olhar achamos que é estilo, talvez um excêntrico.
O desgraçado que se lança à linha do metro é apenas e tão só um estorvo, um atraso para chegarmos ao destino.
Faz-se muito "de conta" como o musico mimo que descreves...

Mais um texto forte. Para além das palavras.

vieira calado disse...

O ano passado assisti, aqui, na cidade onde vivo, a uma cena idêntica. Achei tanta piada que escrevi uma estorieta acerca dela.
Um abraço

Rafeiro Perfumado disse...

Isso é uma alusão à futura edição do Idolos?

susana disse...

Não sei se me escapa aqui alguma coisa....alguma achega a alguém. Não me incomoda o sucesso dos outros, incomoda-me mais a INVEJA!
Mas infelizmente andamos demasiado apressados, como referiu muito bem a gasolina, para repararmos, ou nos preocuparmos com o que se passa à nossa volta! Por isso existe esta expressão " Veja com olhos de olhar"!

foryou disse...

Ok, reconheço que hoje estou suficientemente lerda para não perceber :( talvez amanhã lendo de novo