sábado, 9 de junho de 2007

Amor a recibos verdes

Numa altura em que toda a gente fala em flexigurança (ou será flexisegurança? Olhem, é o raio que o parta que um dinamarquês inventou porque no país dele não faz bom tempo para se poder ir para a praia), apetece-me falar em relações. Não laborais, é certo, mas amorosas. Parece que, para além da flexigurança/flexisegurança também estão a ganhar adesão as relações tipo prestação de serviços sem compromisso, em que os sujeitos são independentes e podem ser despedidos sem justa causa e sem direito a subsídio de doença ou de desemprego. No amor a recibos verdes já não existe cá aquela treta "na saúde e na doença, na tristeza e na alegria". É cada um por si e quando os serviços forem dispensados cada um se arranje. Nos dias que correm é muito difícil encontrar uma relação onde se consiga "entrar para os quadros".

Já viram como as tendências do mercado laboral se espalham para os comportamentos amorosos?

11 comentários:

Catarina Soutinho disse...

Nos hilariantes e bizarros dias que correm não há relações, só ralações. Deve ser por isso que as primeiras estão a recibos verdes!

De qualquer forma, melhor um recibo verde de alguém que ame, que um contrato laboral de alguém que tolere!

Com os cumprimentos Valetianas:
Catarina

Diogo disse...

Você traça aqui um curioso e verdadeiro paralelo. As relações pessoais estão a ficar parecidas com as relações laborais: flexinsegurança a todos os níveis.

Mas, se ainda conseguimos suportar umas noites sózinho em casa a ver televisão, já é mais difícil não ter um tecto ou um pão para comer.

Laurentina disse...

Ahahahahahahah olha que paraleleismo fascinante ...
MAGNÍFICO ESTE POST .
VIM AGRADECER A VISITA .Gostei .
Vou fazer uma visita alargada a esta sanzala já que deixei as galinhas a debicar lá na minha palhota e tenho algum tempo eheheheh.
Vou linkar este sítio no meu.
Beijão grande

Rafeiro Perfumado disse...

OLha que "casar" com a empresa nem sempre é bom. E nunca podes utilizar preservativo, pelo que a hipótese de apanhares doenças profissionais é enorme!

Marta disse...

Ehhhh

Sabes que às vezes até é melhor a recibos verdes, porque há sempre aqueles que depois de entrarem para os quadros começam a funcionar como a função publica! :)

Mário Lisboa Duarte disse...

Proponho nova entrada para o dicionário de LP:

enrecibeverdar - acto ou efeito de passar um recibo verde

www.margemdarte.blogspot.com

trutasalmonada disse...

obrigada pela visita
não conhecia este blog recém-nascido e para já muito promissor, o seu autor fico sem saber se conheço
até logo
ff

SA disse...

realmente é bem verdade e triste ao mesmo tempo. Falta o respeito em todo o lado, em todo o tipo de compromissos

Mulheka disse...

De facto sou mais adepta dos recibos verdes. Não acredito muito na historia de entrar para os quadros da empresa...

Unknown disse...

Se calhar o dinamarquês não inventou aquilo porque não fazia bom tempo, mas porque a namorada não lhe passou cartão (digo, recibo verde) nesse dia.

sapiens disse...

quer-me parecer que foram algumas tendencias do campo amoroso que se espalharam ao campo laboral.. há quanto tempo se conhecem recibos verdes para trocas de emoções? o namorado de hoje, nao é o namorado de amanhça...